Bem- vindos!


Buttonikka
conta a história de Nikky, uma garota aparentemente comum, mas com um problema: é praticamente invisível aos olhos humanos, mas, curiosamente é notada por todos os tipos de animais, inclusive podendo conversar com eles.

Um dia, em sua pacata ilha, Nikky descobre uma loja de antiguidades que anteriormente não existia naquele local... e então...

Bom, leia! E conheça a história de Nikky no mundo de Buttonikka!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Buttonikka - Parte 1


Buttonikka – Tudo tem um  começo...
     “Egito antigo. Naquela época os “Deuses” andavam pela Terra em suas formas animais, entre os humanos. Todos viviam em perfeita harmonia, humanos, natureza, animais e “Deuses”. A sabedoria deles sobre a mãe Gaia garantia a perfeita harmonia de todos. 
     A natureza era rica e próspera. Colheitas abundantes a perder de vista, água fresca do Rio Nilo o ano todo, o verde era predominante. Animais e homens eram irmãos e iguais.
     Tudo assim ocorreu durante muitas e muitas luas. Mas um dia o sol desapareceu num eclipse vermelho, que escureceu os céus. Uma sombra gélida caiu sobre as pirâmides, tirando todo seu poder e brilho. As casas ficaram na penumbra, e dentro delas só se viam olhos raivosos. O ódio invadiu o coração da grande maioria dos homens. Levados pela cobiça, eles escravizaram seus irmãos e usaram o nome dos seus “Deuses” para justificar seus atos cruéis. Os “Deuses” se afastaram ou foram engolidos pelo eclipse púrpura que parecia não ter fim. Os animais fugiram, sentindo o perigo eminente. O solo tão rico começara a secar, virando um mar imenso de areia sem fim. O Rio Nilo se afasta, recuando com a natureza que parece sentir medo do que há por vir.
      Guerras começaram a ser travadas, sangue foi derramado. Uma sombra maligna ri. Parece se divertir com tudo que ali vê.
       Por outro lado alguém também enxerga aquilo, mas com outros olhos. Ergue-se do meio das sombras daquele eclipse sanguinário e decide lutar contra aquilo tudo. Ela sempre amou os humanos e seus irmãos animais. Não podia deixar aquilo continuar mais!
      Todos acham loucura ela enfrentar tudo aquilo sozinha. Mas mesmo assim ela decide enfrentar, com todas as suas forças, seu amor por Gaia e pela vida que ali existia, pelo seu povo, pela natureza e irmãos animais, falava mais alto. E ela foi de encontro ao eclipse vermelho.
      Uma asa branca se despedaça no ar... As penas caem junto com as lágrimas do povo que chora pela última esperança que ali sucumbe, o último suspiro do Egito antes do seu fim...”
     
      Uma jovem garota acorda assustada, suando muito e com o coração palpitando a mil por hora. Olha no relógio: são 6 horas da manhã. Vê o sol despontando no horizonte, pela janela do seu quarto. Decide se levantar, pois depois de um sonho daqueles, nem adiantaria voltar a dormir, pois logo teria que sair para mais um dia na escola.
     Nikky, 16 anos, uma garota comum da ilha de Asa Branca. Bom, na verdade ela não era muito comum. Desde que nasceu foi um tipo iguinorado por todos. Sem nenhum motivo aparente, simplesmente as pessoas não falavam com ela, e até sua própria mãe parecia esquecer dela constantemente. Nikky andava como uma sombra pela ilha, mal sendo notada pelos humanos que ali viviam. Mas os animais... Ah, esses sim, ela podia dizer que eram seus amigos! Conversava com o mais ínfimo dos insetos até com o maior dos mamíferos com muita facilidade. Os que notavam seu hábito diziam que ela não batia bem, o que fazia ainda mais as pessoas se afastarem dela.
    Nikky fisicamente era uma garota de estatura mediana, com a pele branca, olhos castanhos, cabelos castanho avermelhados e compridos meio bagunçado e um corpo magro. Aliás, se arrumar não era seu forte mesmo. Ela não via sentido nenhum em andar com alguma roupa diferente já que ninguém ia perceber mesmo. Todas as suas tentativas anteriores para chamar a atenção nesse sentido não haviam surtido o mínimo efeito. Então Nikky preferia usar roupas largas que a tornava então praticamente invisível aos olhos dos demais. 
     _ Uahhh! – se espreguiça diante do armário enquanto fita o uniforme dobrado em uma das prateleiras - Milla, eu tive um sonho muito estranho...
     Milla era sua gata de estimação. E sua melhor amiga também. Milla era uma gata de três cores de pelo curto e olhos verdes, muito esperta e carinhosa. Nikky a encontrou quando filhote num beco sendo perseguida por uns cães raivosos. Desde então vivem juntas. Nikky conta tudo de sua vida para Milla, como se esta fosse sua confidente.
     _ Meow! – diz Milla como se quisesse saber mais detalhes sobre o que Nikky comentara.
     _ Mas só vou te contar quando eu voltar da escola hoje, tudo bem? Estou com uma fome danada, parece que faz dias que não como! – e ouve um ronco estrondoso saindo da barriga.
     _ Meow! – Milla se espanta fazendo uma careta. *gota*
     Depois de se vestir, toma um café reforçado feito pra si mesma e sai de casa rumo ao Colégio Vênus, onde estudava. Esse colégio era muito conhecido na Ilha, sendo o mais tradicional de todos. Praticamente gente do mundo todo estudava ali, literalmente, já que a população de Asa Branca era formada por todas as etnias possíveis. Então nem era espanto encontrar de tudo que se pode imaginar e todo o tipo de gente possível ali.
     _ É... Mais um dia... –suspira Nikky ao entrar no portão enquanto uma joaninha a cumprimenta presa no galho de uma árvore logo na entrada. Nenhum ser humano olha para ela durante esse trajeto do portão pra dentro do colégio, mas todas as borboletas, insetos, pássaros, esquilos e demais desejam bom dia para Nikky que faz o mesmo para seus amigos animais.
     A manhã passa tranqüila. Nikky fica perdida em seus pensamentos lembrando-se do sonho que teve naquela noite. O que aquilo queria dizer? O que seriam aquelas coisas assustadoras que ela sentiu e viu? Depois de muito pensar achou que estava lendo mangás demais. Foi quando a professora fez uma pergunta que cortou os seus pensamentos:
     _ Alguém poderia me dizer o nome da Deusa dos Gatos egípcia?
     Nikky sabia aquilo! Adorava estudar sobre os povos do Egito e sobre a cultura oriental também, mas quando o assunto era Egito, ela sabia tudo! Não podia deixar aquela oportunidade passar! Ia responder aquela questão, e quem sabe assim alguém a notaria. Mas assim que abriu os lábios para balbuciar a primeira sílaba, uma sombra se ergueu por detrás dela a encobrindo e com uma voz forte e feminina respondeu:
    _ Bastet, professora!
    _ Muito bem!
    Todos a olharam admirados mais com a sua beleza do que com a resposta dada. Nikky se encolhe então na carteira cabisbaixa, sabendo de quem se tratava. Era Ellen, que Nikky chamava de Ela, o ser que a fazia mais se sentir humilhada na escola. 
    _ Ah, não, é Ela de novo! Não acredito que ela sabia disso! Pensei que essa criatura só soubesse paquerar os garotos e pentear esses cabelos maravilhosos... – pensa Nikky enquanto desaba sua cabeça na carteira numa mistura de raiva e desgosto.
     Ellen era a garota mais bonita da escola. Com apenas 16 anos tinha um corpo admiravelmente perfeito, cheio de curvas, seios fartos, pernas bem torneadas, além de um rosto perfeito e cabelos impecáveis. Seus cabelos dourados eram admirados por todas as meninas do Colégio Vênus, até por Nikky que achava os seus uma palha de aço com complexo de palha de milho de pipoca, que geralmente são avermelhadas. 
     Alguns segundos depois disso o sinal para a saída tocou. Era meio dia. Nikky deu um longo suspiro e saiu lentamente da sala, depois de todos, pois se o fizesse antes sempre era empurrada por ser um ser invisível. Saiu cabisbaixa da escola sem notar que seus amigos animais de sempre lhe desejavam uma boa tarde.
     O sol estava bem no meio do céu. Todos iam pra casa para almoçar e depois aproveitar à tarde maravilhosa que fazia. Mas Nikky não sentia fome e nem vontade de aproveitar nada. Nem vontade de ir pra casa tinha, pois nem sua mãe ia perceber que ela havia voltado. Somente Milla, mas mesmo assim ela não queria ir para casa naquele momento. Decidiu então dar uma volta pelo bairro, já que fazia um tempinho que não fazia uma caminhada. 
   Costumava fazer isso quando se sentia muito mal. Olhava as construções das ruas, todas tão diferentes uma da outra, mostrando a origem de quem morava ou trabalhava ali. Uma casa oriental ali, uma americana lá, uma tipicamente do sul do Brasil feita de alvenaria básica ali... Uma loja de roupas, uma mercearia... E de repente ela topa com algo estranho:
     _ Ei, mas aqui não era uma construção abandonada? – Nikky olha atentamente o prédio, que há poucos dias era uma construção muito velha e abandonada. Fazia uns 50 anos que ninguém construía nada ali e muito menos morava. Diziam que o lugar era assombrado e coisas estranhas ali aconteciam. Mas agora o que Nikky via não era nada disso. O que ela via era uma loja nova, de antiguidades. Na placa da loja, lá no alto junto com as letras escrito “Antiguidades” um grande par de asas verdes com um círculo vermelho ao centro, parecia já ter visto aquele símbolo em algum lugar. Decide se aproximar da vitrine para ver o que tem ali de novidade.
     Ao olhar na vitrine logo lhe vem à mente:
     _ Será que aqui tem alguma coisa egípcia ou oriental? – mesmo não tendo um centavo furado no bolso, ela poderia olhar, pois olhar não custaria nada mesmo.
    Decide então entrar no lugar. Logo que se aproxima da porta, vê um desenho que parece ser algo antigo. É algo semelhante a um triangulo com a base para baixo e uma asa sobre o mesmo. O símbolo parece brilhar em furta-cor na porta de entrada.
    _ Dever ser alguma tinta nova que muda de cor com a luz do sol - pensou assim porque o sol batia na porta naquele momento. Abriu a porta então. Lá dentro o escuro absoluto foi quebrado pela luz do sol que entrava com a porta aberta por ela, iluminando um enorme gato da sorte japonês que ficava logo do lado da porta, uma estátua praticamente da sua altura, e o balcão mais pra frente.
    _ Olá! Tem alguém aqui? –dizia enquanto entrava no lugar escuro, deixando a porta aberta para trás para iluminar o caminho, já que não vira nenhum interruptor em lugar nenhum.
     Não ouviu resposta nenhuma. Nem o vento sequer chiou passando pra dentro. Mesmo assim decidiu entrar, a curiosidade era maior que o medo daquele lugar escuro e misterioso. 
     Nikky andou alguns metros até que viu uma luzinha, que parecia ser de algum raio de sol numa sala mais a frente. Guiando-se por ela chegou até o lugar. Seus olhos então brilhavam de felicidade:
     _ Ah! Artefatos egípcios! –dizia enquanto seus olhos cintilavam como duas joiazinhas - Quantas coisas maravilhosas!! –estava tão fascinada que não sabia por onde começar a olhar.
      A sala era grande. Nela logo na entrada duas estátuas de Anúbis como que cuidando do lugar. Ao fundo uma pequena pirâmide, que devia ter uns 3 metros, mas parecia ser bem autêntica. Nas paredes muitas placas com hieróglifos egípcios que pareciam contar uma história, juntamente com muitas e muitas estátuas de vários Deuses egípcios com seus corpos humanos e cabeças de animais. Em algumas mesas de pedra, pequenos artefatos, como vasos, anks, estatuetas e jóias egípcias. Tudo muito lindo e maravilhoso, parecia autêntico e todas intactas. Nikky passeava com os olhos admirando tudo aquilo que só havia visto em livros e no museu da ilha, mas não tão rico em detalhes como o que havia ali naquela sala. 
     Seu passeio com os olhos só acabou quando Nikky se deparou com um objeto que chamou muito sua atenção: se tratava de uma espécie de broche em formato de gato estilizado, tinha uma superfície arenosa, mas não tinha pino para prender a roupa, e sim um cordão de couro para prender ao pescoço. O orifício do pino estava lá, mas o pino parecia não existir mais. O objeto encantou muito Nikky que foi logo vendo quando o mesmo custava:
     _ Minha nossa!! Tudo isso?? –e seu mundo se despedaçou. Nunca que conseguiria ter aquele dinheiro, nem em sonho, para poder pagar o objeto que gostara tanto.
    _ Gostou do Button, minha querida? –uma voz surge do nada.
    Nikky dá um berro de susto, e bota a mão no peito:
    _ Ah!!! Que-quem é você? –gagueja assustada ao ver a figura. Tratava-se de um velhinho baixinho, parecia ser oriental, de cabelos grisalhos e sorriso simpático. 
     _ E então, gostou? –insiste o velhinho.
     _ Sim senhor, mas nunca na vida terei dinheiro para pagá-lo! –diz Nikky mostrando-lhe os bolsos vazios. Imaginou que depois disso o velhinho fosse enxotá-la dali, por ter entrado sem permissão e ainda por cima, sem dinheiro.
     _ Olá criança, meu nome é Yuji! –ao contrário do que Nikky imaginou, Yuji estendeu-lhe a mão sorrindo de forma simpática. Nikky cumprimenta-o, e nota que na mão de Yuji há algum tipo de tatuagem - Escute criança, tenho uma proposta para lhe fazer!
     Ao ouvir isso Nikky se assusta. Passa-lhe na cabeça que esse velhinho possa ser algum tipo de tarado:
     _ Como? –fica a olhar para Yuji atentamente.
     _ Não se preocupe, não sou nenhum velho tarado... –sorri. Nikky se espanta ao ouvir Yuji lhe dizendo isso - Escute bem... Como você se chama, criança?
     _ N-Nikky, senhor... –responde assustada.
     _ Pois então Nikky-chan, o que acha de trabalhar para mim? Acabei de chegar à cidade, e você parece gostar muito de antiguidades, não? Em troca dos seus serviços eu lhe darei o Button que você tanto gostou.
      Nikky ficou mais espantada ainda ao ouvir aquilo. Pensou por um segundo. A proposta era muito interessante. Poderia ficar todo dia admirando a sala egípcia e também ver as muitas outras coisas que ainda não tinha visto. E ainda por cima teria o lindo artefato que tanto gostara.
     _ Eu aceito, senhor Yuji! –e estendeu-lhe a mão.
     _ Então tome, ele é seu! –e ao invés de cumprimentar Nikky, Yuji colocou-lhe na mão o Button de gato que tanto gostara - Parabéns pela aquisição, ele lhe trará muita sorte!
      Nikky ficou ainda mais espantada por receber seu pagamento adiantado. Yuji estava confiando plenamente nela. Ela poderia muito bem pegar o Button e sair dali e nunca mais aparecer. Mas ela não era disso, e ficou muito feliz em saber que era importante para Yuji e tinha sua confiança.
     _ Obrigada, senhor Yuji! Estarei aqui amanhã depois da aula para lhe ajudar todos os dias! –e cumprimentou-lhe no estilo oriental, com uma saudação de corpo.
     Yuji sorriu.
     _ Até breve, Nikky-chan! –dizia enquanto via Nikky fechando a porta novamente e saindo de sua loja.
     
    
    
     

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Buttonikka - 01

A primeira história de Buttonikka foi escrita e desenhada em 2002. Originalmente foi um fanzine feito em papel comum e xerocado para ser vendido em eventos. Foi feito com lapiseira e caneta nanquim.


Era a primeira tentativa da roteirista e desenhista Vanessa Aurora Novak em desenhar no estilo mangá. Os desenhos estão fracos, mas a história está bem fácil de se compreender.

Buttonikka - 01
Ano: 2002
Roteiro e Arte: Vanessa Aurora Novak

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